dezembro 17, 2014

Damn, they're tacky

A moda é um bicho volúvel. Há uns anos, as mom jeans, aquelas calças de ganga de cintura subida e ancas bem arredondadas que davam ao rabo um aspecto plano tudo menos kardashiano, eram o inferno na terra. Agora, vejo milhentas miúdas com uma versão actualizada das mom jeans, para mais com uma lavagem excessiva e pindérica. 
Ainda assim, há coisas que não mudam. Uma delas é não vestir calças brancas no Inverno. Casacos brancos, ok. Camisolas brancas, maravilhosas. Botas brancas, por favor não o façam, mas é socialmente aceitável. Calças brancas are a no-no.
Nos EUA há um ditado que diz "No white pants after Labor Day". Aqui não há nada do género, por isso gostaria de instituir a regra "Nada de calças brancas depois do 5 de Outubro". Pode ser que pegue…

dezembro 05, 2014

Damn, I've got a wish for the new year

Agora que o ano está a chegar ao fim, parece-me que é oportunidade perfeita para fazer um balanço da nossas vidas e das circunstâncias que nos rodeiam. Podia ser nos primeiros dias de Janeiro, como as lojas, mas assim eliminava-se logo à partida a possibilidade de começar o ano do zero. Começar qualquer coisa a 5 de Janeiro não é a mesma coisa que começar a 1! É, mas achamos que não, portanto mais vale fazer a vontade à estupidez do cérebro e fazer do novo ano uma tábua rasa desde o primeiro dia.
Claro que eu não vou cair no chavão de escrever aqui "em 2015 vou comer melhor e fazer mais exercício" ou "é este ano que vou fazer aquela viagem de sonho" ou ainda "raios me partam se não é este ano que mando o meu chefe à merda, me demito e arranjo o emprego de sonho" (spoiler alert para esta pessoa: não vai acontecer; mais vale manter a hipocrisia hierárquica). Como sou uma pessoa que não olha apenas para o seu umbigo e se preocupa com o bem comum, o meu desejo para 2015 é só um. E é tão fácil de pôr em prática…

CP, tudo o quero para 2015 depende de vocês: carruagens silenciosas.

Num mundo cada vez mais caótico, cheio de estímulos, ruídos ensurdecedores e cidadãos que se empenham em proporcionar-nos uma banda sonora com qualidade duvidosa, as carruagens silenciosas serão como um oásis num deserto.

Chega de chamadas telefónicas só para encher chouriços!

Chega de chamadas telefónicas para discutir questões prementes da vida privada, mas que se insiste em partilhar com o comboio inteiro!

Chega de chamadas telefónicas para indicar as meias de vidro que se usaram no casamento da sobrinha e que estão indevidamente arrumadas na gaveta das cuecas, sendo por isso urgente que "tu, filha, vás lá agora e as arrumes no sítio e vou dizer isto no volume mais alto que os meu pulmões me permitirem"!

Chega de chamadas telefónicas em geral!

Chega de earbuds manhosos! Tão manhosos que todos à volta do moçoilo faux cool têm de ouvir "era só jajão / não sei quê / não sei quê" e o último hit da Katy Perry porque ele se recusa a comprar material de jeito; prefere ir aos chineses largar 3€ todos os meses.

Chega de pitas histéricas a falar das maravilhas da praxe / caloiros desobedientes / bebedeiras de caixão à cova / insert dumb topic! Chegadas à universidade, o upgrade para "caloira" ou "veterana" não passa de uma mudança de nomenclatura. No fundo, elas continuam pitas.

Chega de seguidores de José Gomes Ferreira que discutem o estado da nação sem uma base mínima de informação credível! Não, ver o Marcelo não conta, portanto pára de dizer bacoradas e cala-te!

Chega!!!

Deixem-me usufruir do meu percurso de 1h só na companhia do meu livro e do ocasional grunhido que identifica a necessidade de criar espaço para outra pessoa.

Simples, não é?
Podem agradecer-me em géneros (dica: ando com vontade de ir à Islândia) quando se concretizar.